Outubro Rosa é mais do que um mês de conscientização: é um convite para olharmos para dentro de nós mesmas, para nossa força, nossa vulnerabilidade e nossa capacidade de renascer. É um tempo de atenção à saúde, de autocuidado e, sobretudo, de resgatar aquela parte da nossa essência que muitas vezes se perde na rotina: nossa criança interior.
A criança interior é a guardiã da nossa leveza, da nossa alegria espontânea e da capacidade de sonhar. É ela que, mesmo em momentos de medo, consegue rir, brincar e acreditar que dias melhores virão. Quando uma mulher enfrenta o câncer de mama, o medo e a insegurança podem se tornar companheiros constantes. É nesse cenário que reconectar-se com a própria infância se torna uma ferramenta poderosa de cura.
Resgatar a criança interior não significa ignorar a realidade ou o tratamento médico. Pelo contrário: é um complemento que fortalece a alma. Ao permitir-se momentos de brincadeira, de música, de desenho ou de memórias felizes da infância, a paciente encontra refúgio emocional e espiritual. Essa conexão traz esperança, reduz a ansiedade e desperta a confiança de que cada etapa do tratamento pode ser enfrentada com coragem e serenidade.
O sagrado feminino também entra nesse processo. É na força da própria feminilidade que muitas mulheres encontram resiliência. A criança interior, com sua pureza e sinceridade, nos lembra de honrar o corpo e as emoções, de escutar nossos limites e de celebrar pequenas conquistas diárias. O autocuidado torna-se ritual: um banho de ervas, a prática de meditação, a contemplação da natureza ou simplesmente permitir-se sorrir e se entregar à leveza do momento.
Referenciais femininos inspiradores podem servir de guia nesse caminho. Mulheres que se tornaram símbolos de coragem, criatividade e esperança nos mostram que enfrentar desafios não é apenas sobreviver, mas florescer em meio às dificuldades. Ao nos conectarmos com essa energia feminina, acessamos camadas de força interior que muitas vezes permanecem adormecidas.
A parte não é o todo
E quando perdemos?
Muitas vezes, pensamos que quando pessoas queridas e/ou referenciais fazem a passagem elas tiveram uma vida sofrida. Temoa até a mania de chamá-las de coitadas. Eu prefiro chamá-las de guerereis. O fato de uma pessoa ter morrido de câncer não apaga a tragetória da vida dela. Ou seja, o câncer foi apenas um capítulo da vida e, ela teve uma vida linda e plena lá trás. Sendo assim, o câncer foi a parte e não o todo. Em outras palavras, o câncer não define a história de ninguém.
🌟 Ananda Lewis: Uma Voz de Coragem, Autenticidade e Transformação
🎤 Início da Carreira e Ascensão na Mídia
Nascida em 21 de março de 1973, em Los Angeles, Califórnia, Sarasvati Ananda Lewis destacou-se desde jovem por sua inteligência, carisma e engajamento social. Formada em História pela Universidade de Howard, iniciou sua trajetória na televisão como apresentadora do programa Teen Summit da BET, onde discutia questões sociais relevantes para a juventude negra americana. Sua abordagem sensível e articulada rendeu-lhe reconhecimento, incluindo uma indicação ao prêmio CableACE e um NAACP Image Award.
Em seguida, Ananda migrou para a MTV, onde se tornou uma das VJs mais queridas da emissora. Apresentou programas como Total Request Live (TRL) e Hot Zone, conquistando uma base fiel de fãs e consolidando sua imagem como uma voz autêntica e engajada. Sua presença na televisão foi marcada por discussões abertas sobre temas como identidade, saúde mental e empoderamento feminino.
📺 Carreira Solo e Ativismo Social
Em 2001, Ananda lançou seu próprio talk show, The Ananda Lewis Show, que abordava assuntos sérios com sensibilidade e profundidade, contrastando com outros programas da época. Sua postura respeitosa e informada atraiu elogios da crítica e do público. Após o término do programa, ela continuou sua carreira como correspondente no Entertainment Tonight e, mais recentemente, retornou à televisão em 2019 como apresentadora do revival de While You Were Out no canal TLC.
Além de sua carreira na mídia, Ananda sempre foi uma defensora ativa de causas sociais, incluindo direitos civis, educação e saúde. Utilizou sua visibilidade para promover a conscientização sobre questões que impactavam comunidades marginalizadas, tornando-se uma referência de integridade e compromisso social.
💔 Diagnóstico e Luta Contra o Câncer de Mama
Em outubro de 2020, Ananda revelou publicamente que havia sido diagnosticada com câncer de mama em estágio 3. Ela compartilhou sua experiência com a doença, enfatizando a importância da detecção precoce e do autocuidado. Apesar das recomendações médicas para tratamentos convencionais, Ananda optou por terapias alternativas, incluindo sucos detox, fitoterapia e regimes de desintoxicação. Essa decisão gerou debates sobre os limites entre escolhas pessoais e orientações médicas.
Em outubro de 2024, Ananda anunciou que o câncer havia evoluído para estágio 4, afetando outros órgãos. Ela refletiu sobre suas escolhas anteriores e expressou arrependimento por não ter seguido as orientações médicas desde o início. Em uma entrevista com as jornalistas Stephanie Elam e Sara Sidner, Ananda compartilhou suas experiências e aprendizados, destacando a importância de priorizar a saúde e buscar informações confiáveis.
🕊️ Falecimento e Legado
Ananda Lewis faleceu em 11 de junho de 2025, em Los Angeles, cercada por familiares e amigos. Sua irmã, Lakshmi Emory, anunciou sua morte em uma publicação nas redes sociais, afirmando que ela estava agora "livre, nos braços do Senhor". A notícia de seu falecimento gerou uma onda de homenagens e tributos, refletindo o impacto duradouro de sua vida e trabalho.
Ananda deixou um legado de coragem, autenticidade e compromisso com a verdade. Sua trajetória inspira profissionais da mídia, ativistas e todos aqueles que buscam viver de forma íntegra e engajada. Ela será lembrada como uma mulher que usou sua voz para promover mudanças significativas e que enfrentou a adversidade com dignidade e força.
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A trajetória de Ananda Lewis nos lembra que a vida, apesar de seus desafios, é feita de coragem, autenticidade e amor. Elas enfrentaram o câncer com força, transparência e determinação, mostrando que a luta vai muito além do tratamento físico: envolve acolher a própria vulnerabilidade, resgatar a leveza da vida e celebrar cada momento com gratidão.
Outubro Rosa nos convida a olhar para nós mesmas com atenção e cuidado, a valorizar a prevenção, a conscientização e o apoio mútuo. Mais do que uma campanha, é um chamado para reconhecer a força interior que habita em cada mulher, a conexão com a própria essência e a importância de nutrir a esperança mesmo nos momentos mais difíceis.
Que a história dessas mulheres inspire todas nós a cuidar do corpo e da alma, a celebrar a vida, a cultivar alegria e, acima de tudo, a nunca desistir de lutar. Que possamos honrar a memória de quem partiu e, ao mesmo tempo, reforçar a coragem de quem ainda está em sua jornada. Porque cada gesto de autocuidado, cada exame preventivo e cada demonstração de amor próprio é, na verdade, um ato de resistência e de vida.
Com honra, amor e gratidão.
Fiquem em paz






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