quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Pode ter queer dentro do rap?



Fonte imagem: https://ideiasinspiradoras.wordpress.com/2009/03/20/desenhos-urbanos/

Com esses versos irreverentes, Rico Dalasam nos apresenta seu trabalho. Criado no Tabuão da Serra, em São Paulo, desde os treze anos utilizava as rimas como meio de expressar os seus sentimentos, sonhos e retratar a realidade ao seu redor. A partir dos dezesseis anos, começou a participar das batalhas de Mcs do metrô de Santa Cruz. O primeiro álbum, Modo Reverso, foi lançado já aos vinte cinco. 


A brincadeira com as palavras começa na composição do seu nome artístico.


Assumidamente homossexual, o rapper deu uma repaginada no cenário hip-hop e black music brasileiro. O queer rap já um movimento ativo nos Estados Unidos. Por se identificar com esse cenário de visibilidade norte-americano, Dalassam busca mostrar a realidade dos gays que vivem nos guetos urbanos,além provar que eles também tem capacidade e direito de produzir arte.

"Vim pra ser seu man. Vem!"

É interessante ver como ele lida com sua sexualidade em suas letras. É raro ver na música nacional um homem citando outro homem tão claramente. Esse recurso quebra a sensação de anormalidade no quesito de expressar seu desejo, igualando com a heterossexualidade.

Dentro do rap, ele foi bem recepcionado por nomes já conhecidos como Karol Konká e Emicida. Ele afirma que a aceitação está sendo positiva e um dos objetivos é atrair mais gays para o movimento.



É difícil definir o estilo de Jeferson Ricardo da Silva como um só. Passou a vida se reinventado, pois ainda jovem teve dificuldade de encontrar um colégio particular com o qual se identificasse. Seus últimos anos do ensino médio foram pagos pelos próprios serviços de cabeleireiro. 



Ex produtor de moda e formado em Comunicação Audio Visual, ele possui uma rica bagagem estética. Sempre brincando com o estilo, busca desconstruir vários paradigmas que separam o feminino do masculino. A figura do mano que combina aba reta com corte de cabelo alternativo. Hora usa salto alto com roupa africana, hora veste moletom com jaqueta de beisebol. E por aí vai...


Todas essas referências vem de sua mente criativa, que soube incluir nesta mistura a cultura europeia, a africana e a do gueto. Logicamente, essa intercâmbio de informações cai sobre a sonoridade de suas músicas. 

O estilo que prevalece é o rap, mas é comum encontrar vários samples e batidas associadas a disco anos 80, funk carioca, axé e batidas afro.


Vou deixar um dos singles que está bombando no youtube, vale muito a pena conferir. É trabalho independente e de altíssima qualidade. Eu devo a descoberta desse cantor ao podcast Mamilos, que escuto religiosamente.





Confira o Mamilos: http://www.b9.com.br/podcasts/mamilos/

8 comentários:

  1. SOU APAIXONADA POR ELE ♥

    O acho genial e veio para quebrar o machismo existente na cena rapper... simplesmente TUDA NA VIDA <3.

    Ahazou no post ;*

    Faroeste Manolo
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    1. Eu também achei fantástica essa proposta dele, fico feliz que tenha gostado.

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  2. Adorei o post! Não conhecia esse cantor, mas é ótimo ver como a música tem dado novos espaços.
    Bom final de semana!
    Que bom que voltou!

    http://jj-jovemjornalista.blogspot.com.br/

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    1. Sim há espaço para todos na música. Obrigado pela a gentileza.

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  3. Olá, tudo bem?
    Não conhecia o cantor, mas gostei bastante da sua história e cantor.
    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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  4. Oi, Beto!
    Eu não conhecia o cantor. Na verdade, conheço bem pouco sobre rap brasileiro.
    Vou dar uma procurada nas músicas dele.
    Beijos
    Balaio de Babados | Participe do sorteio do livro Marianas

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    1. Vale muito a pena dar uma conferida, é uma pegada totalmente nova dentro do cenário nacional.

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